Quando o feroz Saulo de Tarso caiu do cavalo e teve uma visão do
Cristo vivo, ficou cego. Enquanto isso, o Senhor Jesus mandou Ananias ir ate
onde Saulo estava para lhe devolver a visão e batizá–lo. Todavia Ananias
retrucou: "Senhor, tenho ouvido muita coisa a respeito desse homem e de
todo o mal que ele tem feito aos teus santos em Jerusalém. Ele chegou aqui com
autorização dos chefes dos sacerdotes para prender todos os que invocam o teu
nome". Entretanto, Jesus respondeu: "Vá! Este homem é meu
instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e seus reis, e
perante o povo de Israel. Mostrar–lhe–ei o quanto deve sofrer pelo meu
nome".
E assim aconteceu.
Desse episódio em diante, a vida de Paulo foi marcante por dois fatores: o
poder de Deus e os muitos sofrimentos que experimentou. Em vários lugares e de
várias maneiras, Paulo foi perseguido, aprisionado, torturado, chicoteado, e
rejeitado...
Numa carta à igreja
de Corinto, ele conta resumidamente alguns de seus sofrimentos: 'Trabalhei
muito mais, fui encarcerado mais vezes, fui açoitado mais severamente e exposto
à morte repetidas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites.
Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio,
passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando
de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes,
perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios, – perigos na cidade,
perigos no deserto, perigos no mar e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei
arduamente,– muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes
fiquei em jejum,– suportei frio e nudez" (2 Co 11.23–27).
Paulo sobreviveu a
tudo isso e, finalmente, chegou a Roma, por volta de 55 d.C. Ali foi colocado
em prisão domiciliar até seu julgamento diante de César. A maior parte dos
escritores antigos concorda que, apesar de quase todos os seus amigos o terem
abandonado, Paulo defendeu–se com tanta sabedoria e persuasão diante de César
que ficou livre por mais algum tempo.
Após mais algumas
viagens missionárias, foi novamente preso e, por ser um declarado seguidor de
Jesus, foi sentenciado à morte. Enquanto esperava o dia de sua execução,
escreveu para seu discípulo Timóteo, dizendo que Deus já havia preparado seu
coração–. "Eu já estou sendo derramado como uma oferta de bebida. Está
próximo o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a corrida,
guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo
Juiz, me dará naquele dia" (2 Tm 4.6–8).
E, finalmente, o dia
chegou. Paulo foi levado para fora da cidade e, por ser cidadão romano, não foi
torturado como tantos cristãos que já haviam sofrido barbaramente nas mãos de
Nero. Aos 64 anos de idade, o apóstolo foi decapitado.
Jesus Freaks
correm bem até fim. Paulo tinha muitos motivos para desanimar diante das lutas,
mas escolheu seguir adiante. O evangelho fácil, que prega uma vida só de
vitórias, é uma farsa.
Jesus nos fez várias
promessas. Uma delas é a de que no mundo teríamos aflições [Jo i6.33). Fugir disso é negar a
essência do evangelho, pois Cristo nos promete que, juntamente com as lutas,
estará conosco até o fim (Mt. 28.18–20). E como se, junto com a
enchente, ele mandasse um bote salva–vidas O combustível de que necessitamos
para chegar bem ao final da corrida é a graça de Jesus. Essa mesma graça que
bastou para Paulo também é suficiente para nós hoje.
(Extraído do livro Jesus Freaks do pastor Lucinho Barreto)
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