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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O CHAMADO


1. O QUE É O CHAMADO
Ainda que Jesus pudesse ver Sua vida nas multidões, não o fez, mas preferiu trabalhar habilmente na formação do caráter de doze pessoas completamente diferentes uma das outras.  Da mesma forma que o oleiro com o barro, por três anos e meio formou o caráter de cada uma delas, e soprando sobre eles, disse-lhes:  “Recebei o Espírito Santo”  Jo. 20:21-22.
Como o Senhor Jesus conseguiu que doze pessoas, sem cultura, sem educação, sem riquezas nem posição social chegassem a converter-se nos pilares do Cristianismo?   A resposta é simples:  estas pessoas responderam ao chamado de Deus e estiveram dispostas a deixar-se moldar por Ele, para assim estarem prontos a ser enviadas.
“E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”  (Rm. 8:28).
Na visão que Deus nos deu através do governo dos doze, podemos ver que cada pessoa que está dentro de nossas comunidades é um líder em potencial e que uma vez que consiga passar pelo processo de formação poderá  ver o fruto em sua vida, em pouco tempo.  Jesus teve que deixar para Seus discípulos um modelo de vida no qual deveriam projetar-se.  Paulo disse: “Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo”  (1Co. 11:1).  
 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela (Mt. 16:18).
Para edificar, primeiro deve-se cavar profundamente, entendendo que a igreja a qual o Senhor se refere, é aquela que está formada por pessoas de todas as culturas, raças e classes sociais, que pelo fato de haverem crido nEle, passam a formar Seu corpo.  A estes o Senhor  chama: “Minha igreja”, porque já fazem parte de Si mesmo.
As pessoas são a igreja, e nossa tarefa principal deve consistir em ganhá-las e trabalhar individual e cuidadosamente assim como fez o Senhor com Seus apóstolos. “ Vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo”  (1 Pe. 2:5).  Ainda que o Senhor não tivesse um templo, as multidões O seguiam porque sabiam que Ele tinha a resposta para suas necessidades.  Isto O moveu a formar o grupo de doze, para que todos  pudessem receber um pastoreio personalizado.
O governo dos doze sempre esteve no coração de Deus.  Que segredo há nos doze?  Deus me esclareceu anos atrás.  Pude ouvir no profundo de meu coração a voz do Espírito Santo que me dizia:  “treine doze pessoas e  busque reproduzir nelas o caráter de Cristo reproduzido em você.  E se cada uma delas fizer o mesmo com outras doze, e se estas, por sua vez, transmitido o mesmo sentir entre uns e outros, você e sua igreja experimentarão um crescimento sem precedentes”.  Imediatamente comecei a ver em minha mente toda a projeção do desenvolvimento  ministerial que em pouco tempo chegaríamos a ter.
2. CARACTERÍSTICAS E REQUISITOS
A. SER UMA PESSOA DE FÉ  
Aqueles doze que o Senhor formou, aprenderam a caminhar pela senda do sobrenatural, pois tinham que reproduzir o caráter de Cristo em todos os aspectos através de suas próprias vidas.   O modelo dos doze é algo em si mesmo sobrenatural, que o Senhor Jesus Cristo implementou a fim de que Seu ministério se movesse constantemente nessa dimensão.
· A fé vem em momentos difíceis;
· A fé tem olhos para ver os milagres no plano espiritual.  Abraão via nas estrelas a sua descendência;
· A fé descansa na promessa e a promessa triunfa sobre as circunstâncias;
· A fé faz-os renovar cada dia; 
· A fé localiza-nos  no plano perfeito de Deus;
· A fé guia-nos  para a frutificação;
· A fé deve ser alimentada diariamente.
Ter como fundamento a Palavra de Deus conduz-nos à fé.  Paulo destaca a fé que havia em Timóteo, herdada de sua mãe e de sua avó, que se dedicaram em formá-lo a partir da Palavra.  “A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus”.
Entrar no mundo da fé implica em ter a mente de Cristo, ver as coisas com os olhos de Deus, e nunca  deixar-se  influenciar pelas circunstâncias.  Paulo disse:   “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”  (1Co. 2:14).
B. SER UMA PESSOA CHEIA DE VIRTUDE 
Pedro disse: “Acrescente a vossa fé, virtude” (2 Pedro 1:5).  No original grego, a palavra virtude é “areté” que significa excelência.  É a graça especial e a habilidade que as pessoas têm para a liderança, para dirigir outros.  O “areté” ou a virtude de um líder vê-se refletida em seu ministério.  Paulo disse aos Coríntios:  “vós sois o selo do meu apostolado”.  Os Coríntios foram a prova de fogo para o apóstolo e se ele podia com eles, tudo o mais seria mais fácil.
Nosso “areté” com as pessoas que estamos formando depende da maneira como nos guiemos nos diferentes passos da visão, já que o sucesso depende de nossa fé neles, nosso esforço, disciplina, dedicação até que Cristo seja formado em suas vidas.
Jetro aconselhou a Moisés que escolhesse como parte de sua equipe, pessoas de virtude (Ex. 18:21).
C. SER CONHECEDOR DA VERDADE
Paulo disse: “Devemos ser como soldados que manejam bem a Palavra da verdade”.     Um homem de verdade é aquele que tem conseguido crescer na fé, por meio da palavra de Deus e que conseguiu desenvolver essa sensibilidade, para ouvir a voz de Deus.
D. SER UMA PESSOA TEMENTE A DEUS
Ser  tementes a Deus exige estar sujeitos à Sua Palavra e condicionar a ela qualquer decisão.  A pessoa que entra nesta  dimensão, leva todos seus desejos à cruz, sendo  alguém que vive sob a aliança de sangue com Cristo, e que pode dizer como Paulo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”  (Gl. 2:20). 
E. SER ALGUÉM QUE ABORRECE A AVAREZA 
Uma das coisas que mais podem destruir um líder é que se deixe seduzir pelo brilho das coisas materiais, pois, “o amor ao dinheiro é raiz de todos os males(1 Tm. 6:10).
3. RECONHEÇA O CHAMADO
A sensibilidade ao Espírito Santo é uma das condições essenciais para ouvir o chamado de Deus e atendê-lo.  Estamos conscientes de que não estamos no  ministério por nossos dons, talentos ou habilidades, e sim pela graça de Deus para com cada um de nós. “Mas a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo” (Ef. 4:7).  Quando somos sensíveis ao Espírito, os dons começam a ser revelados em nossas vidas.   “E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo”  ( Ef. 4:11,12).  Estes cinco ministérios são a extensão do caráter de Cristo em nós. 
Vários aspectos intervêm no reconhecimento do chamado:
A. CONVICÇÃO 
É fundamental ter a plena certeza de que Deus nos chamou ao ministério e a motivação para perseverar no mesmo é a correta, pois seria impossível pretender desenvolver um trabalho sobrenatural, com uma atitude e uma motivação natural.  Além disso sabemos que a quem Deus chama, equipa e respalda em todas as coisas.
B.COMPROMISSO
O simples fato de saber que entre milhares de milhões de seres que habitam no planeta terra, você foi selecionado por Deus para dar continuidade a Sua obra.   “A quem enviarei, e quem irá por nós? ”  ( Is. 6:8).  Deus poderia ter escolhido a outro, mas preferiu você. Faça a obra de Deus sem  temor.
C. QUEBRANTAMENTO
 “Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (João 12:24).  
O apóstolo Paulo foi uma pessoa quebrantada, e não considerava a sua vida como preciosa, a fim de cumprir com sucesso sua missão.  O quebrantamento é o mecanismo de proteção mais poderoso que um crente pode ter diante das diferentes adversidades da vida.
D. UNÇÃO
Equivale a experimentar a presença de Deus de uma maneira permanente em sua vida, que se reflete no que fala, no que ensina, no que ora, no que  empreende e nas pessoas que lidera.   “Então o Espírito do Senhor se apossou dele, e as cordas que lhe ligavam os braços se tornaram como fios de linho que estão queimados do fogo, e as suas amarraduras se desfizeram das suas mãos” ( Jz. 15:14).  Sansão aparentava ser uma pessoa semelhante a qualquer outra, a diferença estava na unção de Deus que ele tinha.  Deus nos deu a unção para que desenvolvamos eficazmente Sua obra.
E. SUJEIÇÃO
 As pessoas que são autoridade espiritual devem entender que nossa autoridade sobre outros, não é impositiva, e sim diretiva, apresentando-nos como exemplos em todas as coisas.  De um modo correto os discípulos aceitam a autoridade e a exercitam sem que ninguém se sinta ferido (Rm. 13:1-2).
F. FRUTIFICAÇÃO
Uma das grandes vantagens que esta visão tem, é que todos podem desenvolver todo o potencial que há em suas vidas, e que se refletirá na frutificação.  Sei que não existe maior gozo que sentir-se útil dentro da obra do Senhor.  “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer”  (Lc.17:10).
CONCLUSÃO
O Senhor tem uma missão determinada para sua vida  “E busquei dentre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei”  (Ez. 22:30).   Sê fiel ao chamado, pois os olhos de Deus estão postos em você.  Comissiona-nos para uma tarefa concreta dentro de Sua obra.  Este chamado está associado ao propósito de Deus para cada crente, o qual é cumprido dependendo do cumprimento de requisitos estabelecidos nas Escrituras como os que aparecem em  Êxodo 18:21.
APLICAÇÃO
1-Tenha a plena certeza de seu chamado.
2-Compartilhe com outros acerca de sua fé em Cristo, pois a unção de Deus está em sua vida.
3-Intensifique seu nível de oração diário, até que arda no fogo do Espírito.
4-Ore por sua equipe de doze.
5-Sonhe com as multidões saindo de seu próprio coração, e creia que Deus as trará.
6-Descubra que dons ou talentos você tem, e disponha-os ao serviço do Senhor.

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