Uma família vivia o drama de morar
numa pequena casa. Os cômodos eram apertadíssimos, e a sogra do chefe do lar
morava junto. O homem foi reclamar com o líder da cidade, dizendo que precisava
de uma casa maior, pois não agüentava mais. Era um sofrimento contínuo. O líder
prometeu resolver a situação, mas, na verdade, não sabia como solucionar o problema.
O homem continuou reclamando, dia
após dia, sem conseguir resposta satisfatória. Em dado momento, o líder da cidade
descobriu uma saída e, quando o homem chegou para reclamar, passou a
orientação:
— Olha, o senhor compra um bode e o
deixa dentro de
casa, morando com vocês, que as coisas vão melhorar.
O homem seguiu o conselho. Comprou um
bode que passou a morar com aquela família. O casal, os filhos e a sogra. O
animal sujava a casa inteira. Defecava, urinava, derrubava utensílios, comia
frutas e verduras, parte do mantimento da casa e ainda comia panos e rasgava
roupas. O dono da casa voltou furioso para reclamar com o líder e dizer que a
situação havia piorado. Recebeu outro conselho.
—Agora o senhor
compra um cavalo, e as coisas melhorarão.
O homem voltou para casa puxando um
cavalo pela corda e o colocou com a mulher, os filhos, a sogra e o bode. A casa
Ficou menor ainda. Agora o bode urinava, defecava, comia mantimentos e deixava
um tremendo mau cheiro que infestava a casa, juntando-se ao cavalo, que
dividia o que sobrava, e ainda derrubava móveis, comia nas panelas e dava uns
coices quando perturbado pelo bode. A ponto de explodir, o homem correu e foi
falar novamente com o líder. Desta vez, depois de acalmá-lo, o líder deu outro
conselho:
— Compre uma vaca e tudo será
resolvido.
Lá se foi o homem com uma vaca para
casa. A situação ficou insuportável. A mulher, os filhos, a sogra, mais o bode,
o cavalo e a vaca transformaram a casa num ambiente hostil. A família não
podia dormir para poder administrar a situação, limpar a sujeira dos animais,
impedir que comessem todo o alimento, separando-os e promovendo a convivência
de todos, o que era impraticável. O chefe do lar quase ficou louco. Num
instante, tomou a decisão de resolver a questão de uma vez, e rumou para falar
com o líder da cidade.
O líder tinha uma resposta ao homem:
— Agora o senhor tira os animais de
lá, dê uma boa lavada
na casa, pinte todas as paredes, desinfete tudo e depois volte
aqui para conversarmos.
Após cumprir a tarefa, o homem voltou
mais aliviado.
E então, como ficou? Está satisfeito?
— perguntou-lhe o líder.
Agora sim —, respondeu o pobre
morador — tudo melhorou. A casa virou um palácio e até sobrou espaço.
A alma farta pisa o favo de mel, mas
à alma faminta todo amargo é doce (Pv 27.7).
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