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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O maduro imaturo

A experiência de vida não pode nos fazer pensar que já chegamos ao patamar da sabedoria salomônica, não, mas compreender que quanto mais achamos que sabemos, mais miseráveis nos tornamos. A sabedoria subestima o conhecimento, que é alcançado através do estudo, do método e da memorização, mas a sabedoria não, somente alguns privilegiados são os que dos céus recebem esta dádiva.

O amadurecimento tem seus benefícios, mas é nesta fase que o homem enche o peito e diz: “tudo sei, tudo posso, conheço os atalhos, sou autosuficiente”. A autosuficiência leva o homem a heroicizar-se, a condição de super homem ou super crente, mas os perigos da maturidade cristã rondam os precipitados conhecedores, os seguros entendedores e os que sábios volupitantes se tornam. Dizem dominar qualquer assunto, ideologia, intento e estão totalmente seguros de que o pecado não mais os tomará por surpresa.

É nesta certeza que o homem carrega a mentira em viver fantasiosamente uma realidade vil, inexistente, errônea, mas, como mudar a cabeça do velho? Tornaram-se velhos através da idolatria de suas ideias, pensamentos e determinismos. Vidas profanas enganam a si mesmos, prendem-se ao que é aparente, não o que é interior. Tim LaHaye cita em seu livro Temperamentos Transformados, que:

“Deus não está tão interessado em mudar as circunstâncias, como em transformar as pessoas.”

Não me assusto quando me contam que homens e mulheres de idade avançada apostataram-se da fé, abandonaram famílias e passaram a viver libidinosamente, pois, nestes, a confiança no "ego" era maior que em Deus. Preocupo-me com minha geração, pois dão mais atenção as coisas que se vêem do que as que não se vêem.

Agora não vemos a Cristo, mas o conhecemos; tudo bem que seja como por espelho, obscuramente, mas chegará o dia em que o veremos face a face, então, conhecerei como sou conhecido. (I Cor. 14 vs 12)

Deus me conhece e te conhece por inteiro, não é o tempo de cristianismo, de obras e feitorias que farão com que não sejas julgado e lançado ao inferno, mas, sim, sua conduta cristã. Maduro e autosuficiente prefiro, então, permanecer na condição de menino, mesmo que Paulo disse ter crescido, pois se menino permanecer, continuamente repousarei, descansarei, serei exortado mas retornarei aos braços daquele que chamo: aba!

“Quanto mais maduros somos, mais suscetíveis ao erro estamos.”

Calebe Ibaldo Moreno

Departamento de Comunicação GMUH

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