Segundo a Organização Mundial de Saúde, o abuso infantil e maus tratos constituem todas as formas de abuso físico, emocional, sexual, negligência ou tratamento negligente, comercial e outras explorações, resultando em dano potencial ou real para a saúde da criança e do adolescente para a sua sobrevivência, desenvolvimento e dignidade, no contexto da relação de responsabilidade, confiança e poder. Hoje falaremos especificamente sobre abuso sexual infantil: algo ainda hoje pouco falado, relatado ou mesmo denunciado.
O abuso sexual infantil ocorre quando a criança ou adolescente é usada como gratificação sexual de um adulto, ou entre uma criança e adolescente, com 16 anos ou mais e ser pelo menos 5 anos mais velho que a criança. É baseada numa relação de poder, incluindo manipulação da genitália, mama ou ânus, carícias, pornografia e exibicionismo até o ato sexual com ou sem penetração, com ou sem violência física. A criança sente-se vulnerável, acredita nas ameaças e sente-se culpada pelo abuso, evitando por estas razões revelar a situação à família. Vamos lembrar que a criança é frágil, imatura e inexperiente, nada ou muito pouco conhece sobre sexo, sendo suas crenças sobre sexo fantasiosos e rudimentares, podendo até mesmo provocar na criança nojo. O adulto ao contrário desenvolveu sua sexualidade ao longo da vida.
Esta experiência é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de psicopatologias como a depressão, ansiedades, transtornos alimentares, déficit de atenção, entre outros. Outros sintomas também podem ser observados como conduta hipersexualizada, abuso de drogas, fugas, isolamento, agressividade, mudanças nos padrões de sono e alimentação, tentativas de suicídio, baixa concentração e atenção, refúgio na fantasia, baixo rendimento escolar, desconfiança e percepção de inferioridade e inadequação. O abuso sexual também pode ocasionar sintomas físicos como hematomas e traumas nas regiões oral, genital e retal, coceira, inflamação e infecção nas áreas genital e retal, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez, doenças psicossomáticas e desconforto em relação ao corpo.
Segundo estatísticas do ano de 2009 sobre atendimentos realizados no Hospital Pequeno príncepe a crianças e adolescentes 66,78% foram vitimas deviolência sexual, sendo que 67% das crianças e adolescentes sofreram abusos dos próprios familiares. O abuso sexual que ocorre dentro da família, por cuidadores ou pessoas afetivamente próximas da criança é chamado de intrafamiliar. Fora do ambiente familiar, o abuso sexual pode ocorrer em situações nas quais crianças e adolescentes são envolvidos em pornografia e exploração sexual.
Além de estar bem informado sobre a realidade do abuso sexual contra crianças, os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos, ouvir seus filhos e acreditar no que dizem, dispor tempo e dar atenção a eles, saber
com quem seu filho está ficando nos momentos de lazer. Conhecer seus colegas e os pais deles. Para a criança deve-se ensinar os nomes das partes do corpo, a dizer NÃO, orientá-las sobre segurança pessoal e alertá-las sobre
situações de risco.
Matéria originalmente publicada no Jornal atos e Fotos de Curitiba, em maio de 2011.
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