lançado pelo governo no ano passado.A secretária falou sobre essas e outras ações durante o seminário “Educadores
contra o crack”, realizado pela revista Carta Capital nesta sexta-feira (5),
em São Paulo. De acordo com Paulina, porém, a pesquisa inédita com os
números de usuários da droga e o perfil do consumo do crack no Brasil –
carro-chefe do programa – permanece ainda sem prazo para ser lançada,
devido a atraso na coleta de dados, ocasionado pelas chuvas que atingiram
sobretudo a região serrana do Rio de Janeiro, no início do ano.
- É uma pesquisa muito complexa, porque ela tem toda uma abordagem
diferenciada, que é de convidar o usuário a fazer exames para saber se ele
tem HIV [vírus da AIDS], sífilis, hepatite B e C, etc. Então, apesar dessa ser
uma atividade de pesquisa, nós já iniciamos um trabalho de acompanhamento
aos usuários.
A expectativa inicial do governo era lançá-la ainda no 1º semestre de 2011,
mas o levantamento de dados só deve ficar pronto no final do ano. Com a
pesquisa, que pretende abordar 25 mil pessoas (inclusive nas zona rural),
será possível apontar com precisão o número de dependentes do crack no
país e o perfil desses usuários. Isso, diz Paulina, facilitará a criação de
programas de tratamento aos pacientes no SUS (Sistema Único de Saúde).
Apesar do atraso, a secretária informou que o governo já iniciou o contato
com os Estados e alguns municípios para definir estratégias para enfrentar
as “cracolândias” nas cidades.
O governo também pretende iniciar, ainda neste mês, um mapeamento
de todas as comunidades terapêuticas de tratamento aos usuários de drogas
no país, coordenadas por ONGs (organizações não-governamentais). De
acordo com Paulina, o objetivo é convidar, em edital que será publicado
nas próximas semanas, essas instituições a trabalhar em parceria com o
governo, mas ainda não foi divulgado quanto será investido nessas ONGs.
Questionada sobre a internação compulsória de usuários de crack, medida
que passou a ser adotada recentemente por algumas cidades, como o Rio
de janeiro e
São Paulo, Paulina evitou fazer críticas, mas disse que “as
experiências mundiais e pesquisas científicas apontam que os melhores
resultados ocorrem quando as pessoas estão motivadas” a participar do
tratamento – daí a importância da formação de educadores, principalmente
daqueles que atuam nas escolas que atendem à população de baixa renda.
- Muitos erros ainda são motivados pelo medo [do problema] e pelo
desconhecimento. O conhecimento e a informação ainda é o tratamento
mais adequado que podemos oferecer.
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