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sábado, 13 de agosto de 2011

Pais no Facebook? Só com moderação


Internet

Pais no Facebook? Só com moderação

Eles enfrentam um novo desafio devido à popularização da rede no Brasil: transformar-se em amigos virtuais dos filhos

Renata Honorato
Arquivo pessoal
Catarina e o pai, Zander: amigos no mundo virtual e fora dele (Arquivo pessoal)
A carioca Catarina Botelho, de 13 anos, está entre os milhões de adolescentes que mantêm um perfil no Facebook. Como muitos deles, tem entre seus amigos o próprio pai, Zander Catta Preta, de 40 anos, que tomou a iniciativa de adicionar a filha entre seus contatos. Os dois mantêm uma relação virtual pacífica, mas o pai não consegue esconder uma indiscrição: vez ou outra, visita o perfil da filha para espiar os passos dela no Facebook. "É um espaço público", brinca, justificando-se.
É muito provável que Catarina não goste. Mas os especialistas dizem que Zander está certo. Segundo Anderson da Silva Vieira, autor do livro Redes Sociais para Pais e Filhos (Alta Books, 196 páginas), pais devem conhecer os sites em que seus filhos estão cadastrados e, quando possível, interagir com eles nessas ferramentas. "Os pais devem manter uma participação ativa com seus filhos na internet. Isso ajuda ambos a falar a mesma língua", explica o autor. 
Há, é evidente, limites. Para a psicóloga Andrea Nolf, os pais devem evitar abordar nos sites assuntos que não comentariam no meio da rua, por exemplo. "As regras sociais continuam existindo mesmo na internet", ressalta a especialista. Por isso, sermões ou declarações de amor exageradas via rede estão proibidas – confira as orientações gerais no quadro abaixo.Continue a ler a reportagem
Guia do Facebook para pais

Rigidez excessiva também não é producente. De acordo com Andrea Jotta Nolf, acadêmica do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), os pais nunca devem adotar uma postura autoritária diante de problemas envolvendo as redes sociais. "Se o adolescente publicar uma foto imprópria, por exemplo, o pai não deve proibir seu acesso à web", destaca a especialista. É exatamente a postura de Carlos Freitas, de 46 anos, pai de Júlia Ermida, de 15. "Procuro orientá-la, mas fora da rede. Respeito o espaço dela, deixando-a à vontade para se expressar ali", conta.
Pais e filhos – Pesquisa realizada pela One Poll no mês passado revelou que 55% dos pais britânicos espionam seus filhos no Facebook. Vem daí o receio de jovens entre 13 e 16 anos de manter os pais na lista de amigos. Nessa fase, lembram os especialistas e a sabedoria popular, o conflito de gerações atinge seu ápice: os jovens se trancam em seus quartos e não querem a vigilância dos pais. O que se vê em muitos casos é a transposição desse comportamento para a rede.
Em outros casos, contudo, ao invés de motivo de confronto, o Facebook pode servir de canal de aproximação entre pais e filhos. É o caso de Catarina e Zander. Ela vive no Rio, ele, em São Paulo. A rede se tornou um dos principais meios de contato entre os dois, ficando atrás apenas do e-mail, mas superando o telefone. "Hoje, tenho com meu pai uma relação absolutamente normal, semelhante às que mantenho com outras pessoas: somos amigos."
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/pais-no-facebook-so-com-moderacao

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